La sanación
Das muitas relações e
formas de expressão do patriarcado, uma bastante conhecida é o privilégio da
mente sobre o corporalidade, do pensamento abstrato sobre a matéria viva, do cérebro
sobre o corpo todo e por aí vai.
Ontem encontrei uma
notícia sobre a red de sanadoras ancestrales
indígenas da Guatemala, grupo de mulheres que tem um trabalho muito
firmeza. Uma das sanadoras explicava que começaram a se organizar como rede
depois que um grupo de mulheres indígenas foi até uma montanha que estava
ocupada pelo exército. Foram para cuidar de outras mulheres que estavam lá,
impossibilitadas de sair. Ao se encontrarem e realizarem práticas de cuidado e
cura com base em suas cosmovisões e naquilo que ensinaram suas avós. Desse
encontro surge um grupo. A notícia
correu e outro grupo quis se juntar e
outro e outro. Formaram a rede. São mulheres que, a partir dos conhecimentos de
seus povos, realizam um trabalho de sanación
no corpo- território das mulheres e de la
Madre Tierra, um dos nomes que dão à Terrra.
Corpo-território é um termo
que elas usam. E relacionam a violência patriarcal-machista-racista sobre seus
corpos com a violência contra a natureza, violência contra o corpo da Terra.
Reestabelecem contatos com “la Madre Tierra” para se sanar, sanar a natureza e
sanar politicamente a vida comum tão atingida pelo racismo e pelo patriarcado.
Bom, isso tudo pra dizer
que acho que muito mais gente pode aprender e se beneficiar das práticas e
concepções dessas mulheres indígenas. Que o que elas estão fazendo e expressando
indica pistas valiosíssimas de possíveis caminhos para lidar com esse labirinto
de horrores de nosssa civilização que cada dia parece mais cheio de becos. E dentro desse “muita gente”, os homens
poderiam prestar bem atenção nisso. Acho que nós também precisamos reestabelecer
um vinculo com o próprio corpo, com o corpo-natureza, corpo Mãe-Terra. Com os
ritmos, os volumes, os fluxos. Estabelecer vínculos afetivos, políticos,
corporais que desmontem, aos poucos, os processos endurecidos do patriarcado
nas nossas vidas.
A rede de sanadoras
ancestrais da Guatemala também se autodenominam como praticantes do feminismo
comunitário.
Salve as planta.
Entrevista com la red de sanadoras de indígenas.
https://www.youtube.com/watch?v=TZlsGfoe328
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